
Diário de Queda
Michel Laub
Editora Companhia das Letras, 2011
152 páginas
Um garoto de treze anos se machuca numa festa de aniversário. Quando adulto, um de seus colegas narra o episódio. A partir das motivações do que se revela mais que um acidente, cujas consequências se projetam em diversos fatos de sua vida nas décadas seguintes - a adolescência conturbada, uma mudança de cidade, um casamento em crise -, ele constrói uma reflexão corajosa sobre identidade, afeto e perda.
Dessa reflexão fazem parte também as trajetórias de seu pai, com quem o protagonista tem uma relação difícil, e de seu avô, sobrevivente de Auschwitz que passou anos escrevendo um diário secreto e bizarro. São três gerações, cuja história parece ser uma só; são lembranças que se juntam de maneira fragmentada, como numa lista em que os fatos carregam em si tanto inocência quanto brutalidade.
Numa prosa que oscila entre violência, lirismo e ironia, com pausas para uma neutralidade quase documental na descrição de cheiros, gostos, sons, fatos e sentimentos, Diário da queda - livro selecionado pela Bolsa Funarte de Criação Literária - é uma viagem inusitada pela memória de um homem no momento em que ele precisa fazer a escolha que mudará sua vida.
Dessa reflexão fazem parte também as trajetórias de seu pai, com quem o protagonista tem uma relação difícil, e de seu avô, sobrevivente de Auschwitz que passou anos escrevendo um diário secreto e bizarro. São três gerações, cuja história parece ser uma só; são lembranças que se juntam de maneira fragmentada, como numa lista em que os fatos carregam em si tanto inocência quanto brutalidade.
Numa prosa que oscila entre violência, lirismo e ironia, com pausas para uma neutralidade quase documental na descrição de cheiros, gostos, sons, fatos e sentimentos, Diário da queda - livro selecionado pela Bolsa Funarte de Criação Literária - é uma viagem inusitada pela memória de um homem no momento em que ele precisa fazer a escolha que mudará sua vida.
Um dia desses estava querendo ler um livro desconhecido, recomendado por alguém. Então Di Passy me recomendou a leitura de Diário de Queda, um livro que primeiramente não me chamou atenção pela capa, mas que me fez destorcer o nariz após o começo da leitura.
O romance do gaúcho Michel Laub é contado de uma maneira atípica e creio que esse tenha sido um trabalho importante para a carreira do autor, afinal é um livro que tem boas críticas e recomendações. Mas o que faria esse livro ganhar todo esse respeito e admiração dos leitores?
Diário de Queda narra a culpa do narrador, cujo participou de uma brincadeira de mau gosto com um colega da turma, que acarretou em transformações importantes na vida do protagonista, além é claro de dar nome ao livro. Nas primeiras páginas a vida do protagonista, nunca identificado, gira em torno o pós-acidente causado ou João, o simplório amigo de classe, contudo logo a história começa a tomar proporção pela vida do protagonista, gerando, então tópicos: "Coisas que sei sobre meu avô"; "Coisas que sei sobre meu pai"; "Coisas que sei sobre mim"; "Notas" e "Diário da queda", levando o leitor a uma conclusão de raciocínio que o autor tende a levar.


"2. Aparentemente meu avô queria escrever uma espécie de enciclopédia, um amontoado de verbetes sem relação clara entre si, termos seguidos por textos curtos ou longos, sempre com uma característica peculiar. O verbete leite, por exemplo, fala de um alimento líquido e de textura cremosa que além de conter cálcio e outras substâncias essenciais ao organismo tem a vantagem de ser muito pouco suscetível ao desenvolvimento de bactérias."

O livro que é basicamente um diário, apesar da história iniciar após o episódio com o colega de classe, a queda se trata da ruptura de três gerações - do avô, do pai e do filho (narrador). A narrativa é bagunçada, contada de acordo com a medida que o protagonista se lembra dos fato, contudo a história toma um rumo, pois as histórias do passado, em tópicos, se intercalam com fatos diários. É incrível como o autor consegue manter o leitor tão conectado a história, a trama é intensa e sentimental, porém sem floreios e com objetividade, curto e duro.
Gostei muito da leitura deste exemplar, é a prova de que a literatura brasileira contemporânea tem, sim, obras maravilhosas. Porém esse não é um livro que, eu acho, agradará muitos leitores, pois é, sem dúvidas, um livro de escrita madura, onde o autor, com seu quinto lançamento, tenta alcançar um público com um senso maior de criticidade.
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