eu lembro que costumava avisar quando ia ficar longe da internet para os leitores não ficassem preocupados (famosa). btw, o aviso é que esse domínio está quase para expirar (02/06) e acho que não vou renovar, porque tenho outras coisinhas em mente, outro domínio. mas o blog ainda vai continuar aqui, só muda a forma de acesso:
consumir e produzir coisas na internet
adele
escrevendo porque tenho saudade, acho que você também deve ter alguma saudade de quando a gente corria juntos e dos dias frios quentinhos na cama. com você dormindo do meu lado, feito gente. essa noite sonhei com você, das atrapalhadas, do jeito que corre doida quando não está na coleira.
que saudade.
foi um sonho gostosinho e acordei meio triste, não vejo a hora de ter pertinho. de não me sentir mais sozinho, de sentir amado do seu jeitinho, de te ensinar coisinhas bobas. te lambidinhas de manhã para me acordar, de lambinhas de tarde para eu sair do trabalho, de lambidinhas de boa noite.
que saudade.
12 livros
Listas porque somos viciados em listas, mesmo que a gente não cumpra, como no ano passado.
A canção de Aquiles - Madeline Miller
Ariadne - Jennifer Saint
Six crimson cranes - Elizabeth Lim
Atlas das nuvens - David Mitchell
Uma vida pequena - Hanya Yanagihara
A hora de estrela - Clarice Lispector
Enquanto eu não te encontro - Pedro Rhuas
Neuromancer - William Gibson
Lebre da madrugada - Arthur Malvisco
The starless Sea - Erin Mongestern
Cadernos do subterrâneo - Fiódor Dostoiévski
Razão e sensibilidade - Jane Austen
Mas estou confiante que vou ler todos!
Fingir
Tem um vídeo que eu vi ano passado e eu nunca mais fui capaz de esquecer, é um sobre uma apresentadora perguntando para a Rihanna o que ela faz quando não se sente confiante e ela simplesmente responde "eu finjo", veja aqui. Esse vídeo nunca mais saiu da minha cabeça porque nos vários textos que li na vida, um outro me marcou também e era justamente sobre isso: fingir, mesmo que você não saiba fazer algo, finja (exceto se for ferir alguém, como fingir ser médico).
A questão é:
Quer ser um escritor? Finja que é um escritor, pegue o seu computador, vá para um café, abra um documento word e digite meia dúzia de palavras.
Claro que apenas fingindo não vai chegar a lugar nenhum, mas acho que nos primeiros dias, fingir um personagem vai permitir você se habituar com aquilo que você quer, nesse caso escrever um livro. Dou esse exemplo porque é o que eu faço com o rapaz que divido apartamento, "desculpa cara, agora vou me dedicar ao livro que estou escrevendo, boa noite" eu digo, mesmo que eu sente apenas para escrever 400 palavras.
Cuidado, acho que o tipo de fingimento que estou tentando expressar é totalmente diferente do mentir a gente vê nas redes sociais, não é um fingimento para os outros, como estar feliz, comprar coisas, corpos de verão... É um fingimento para o corpo e a mente começar a processar quem você quer ser, quem você quer se tornar. Fingir só para internalizar.
é isso que estou fazendo
- ouvindo muita música em japonês.
- falando muito em inglês, sem ter vergonha.
- colocando projetos em andamento.
- procurando uma casa nova.
- morrendo de saudades do meu cachorro.
- com dor na coluna porque estou usando uma cadeira muito ruim.
- finalmente consegui limpar minha caixa de entrada de newsletter.
- comecei a arrumar a cama todos os dias e isso parece fazer muita diferença.
- desistindo de ter contato com portugueses porque eles são muito chatos.
- tentando escrever todos os dias, mesmo que só 200 palavras.
- pensando em mudar de carreira.
- em amor com modern love.
- viciado no notion.
(contém doses de irônia)
às vezes pode ser falta de sol
eu gosto de criar teorias malucas de saúde, sempre quando estou muito cansado, com preguiça, desanimado ou triste eu sempre jogo a culpa nas faltas de vitaminas ou porque deixei de pegar sol por muitos dias ou porque entrei para uma dieta vegana. o fato é que as vezes parece muito mais fácil jogar a culpa nisso e me dopar de sol num sábado, comprar vitaminas em uma farmácia e deixar na escrivaninha para tomar religiosamente todos os dias.
pegar sol, eu costumava odiar quando mais novo, hoje não vivo sem, sentir a pele esquentando e ficar testando até quando não der mais*. mas essas pausas para dedicar ao sol é um alívio, porque é algo muito simples de fazer, basta estender um pano num parque qualquer e deitar, se preferir pode só ir na sacada, quintal, rua, varanda, o que tiver. mas tenta pegar sol do jeito certo, aproveitando o momento, sentir o sol percorrendo os pedacinhos do corpo, tente pegar sol nas axilas.
depois de obter o verdadeiro placebo, me sinto renovado. quente e disposto para fazer tudo o que eu não fiz. a vida seria tão mais fácil se os dias tivessem mais sol. existem estudos que comprovem que falta de vitamina d deixam as pessoas realmente molengas, desanimadas e tristes. jogo tudo culpa nisso, como se não precisasse de terapia.
claro que sigo outras dicas de milhares de chás que dizem que é bom para uma série de coisas (que eu nem tenho, mas vai que), escrevo num diário, leio, corro, tento apreciar a comida longe do celular, aproveitar processos, sentir a dor no meu corpo por causa do exercício constante e tentar cuidar melhor dele. eu tento fazer um monte de coisinhas que não envolvem farmacêuticos para garantir que estou cuidando um pouquinho melhor de mim. pausas de sol, pausas são importantes. respirar fundo e olhar para o lado, porque às vezes só o que precisamos é mudar de rota e fazer algo que não temos costume.
desculpa não conseguir manter uma coesão nesse texto.
*por favor, passem protetor solar no rosto.
fingindo que não desapareceu
unfollows
não se trata de vergonha, isso eu nem tenho mais. é só a disposição que não existe mesmo, não tenho a disposição de me desdobrar ainda mais para criar algo que um algoritmo venha definir ser bom ou ruim. se estou fazendo algo é porque acredito que aquilo seja bom, acredito que faça sentindo e seria bem interessante se as pessoas que me seguem conseguissem ler isso sem eu precisar de um milhão de artifícios para então, quem sabe, chegar lá.
a criação morre com a necessidade de urgência - e sempre foi assim. agora já não faz mais sentido ter vários seguidores, a mídia social deixou de ser aquele grande espetáculo e virou apenas mais do mesmo, vídeos repetidos, imagens muito rápidas e uma coisa assim, meia sem emoção (desculpa todo mundo que passa horas produzindo coisas). decidi fechar meu instagram por alguns motivos e acabei gostando dessa ideia, de manter como um diário mesmo, dei unfollow em pessoas que eu nunca vi e que talvez nunca veria. porque existem pessoas que a gente segue apenas por aquele sentimento de "seguir de volta". deixei de seguir mais de 300 pessoas por simples motivo de não haver conexão ou um interesse realmente profundo. e isso fez bem.
mas ainda não conseguia me desprender do número de seguidores - que nunca foi tão alto (1900 pessoas no instagram). 1900 pessoas que eu não fazia ideia de quem era, que eu não sabia se estavam interessadas no meu pequeno diário, que eu não fazia ideia de se um dia viria interagir com elas. me desprender desse número foi uma coisa tão... libertadora. digo isso porque hoje já não quero mais ligar o meu sucesso, a minha arte, as minhas palavras a apenas números. existem outras coisas que a gente tem que considerar, como uma mensagem inesperada, um elogio. números massageiam o ego, mas palavras permitem ir longe.
hoje tenho um número bem mais insignificante ainda, 700 pessoas (e abaixando). é bem exaustivo essa etapa da dar unfollow em você mesmo, existe uma dupla confirmação no instagram que deixa o processo ainda mais lento. e tem sido bom, sabe? deixar ali apenas as pessoas que eu gosto, consumir as coisas que eu gosto. tornar a rede como um diário enquanto eu não decido o que faço com a minha vida dentro da internet.
enfim.
que doideira.